Navalhadas Curtas – Infectando-se de Amor

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[vc_row][vc_column][vc_column_text]A emoção e a sensibilidade tocante nos encontra onde menos se espera.
Fui buscar comida no horário de meio dia, nestes dias de pandemia forte na cidade.

Estou paramentado de máscara, álcool, medo e os cambau. Fila respeitando distanciamento social.
Dentro da lei.

Então o casal jovem chega à fila, percebe-se que o amor ali ainda tenro como uma flor orvalhada.
Eles conversam baixinho entre suas máscaras da mesma cor, a fila não anda, eles trocam carinhos e gestos sensíveis e o romance está irresistivelmente no ar.

Sou um expectador entre outros 13.
Então eles não se resistem naquele frenesi de momento: começam a se beijar sem tirar as mascaras, com línguas encarceradas umedecendo as proteções pandêmicas.

A fila anda, estou com fome e era a minha vez.

Narrei este fato ontem para o Tio Fabio enquanto ele fumava seu cigarro de palha, ele apenas disse:
-Não há tempo para o amor meu filho.

Fio da Navalha.

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