O Fio da Literatura | Mandrake
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“… Mariza viajou para Europa, onde permaneceu três meses. Quando Voltou, não nos revimos. Helena também não quis mais saber de mim. Pensei em arranja fisioterapeuta homem, mas odeio homem passando a mão em mim. Escolhi uma velhota.
Recebi um cartão postal envia de Lima, Peru: Estou pertinho, você não quer vir até aqui? K.o Brasil é tão grande, todos os outros países, ficam muito longe do Rio.
Eu havia ligado para todas as mulheres que me davam prazer. Silvia, a advogada, se casara e disse que não queria enganar o marido. Angélica brigara comigo. Quando eu estava convalescendo ela foi me ver no hospital, o que me deixou feliz. Sentou na minha cama, pegou na minha mão e disse, você me magoou muito, por favor não me procure nunca mais. Para ela, não tive coragem de ligar. Ou seja, estava tudo uma merda, a única boa noticia me foi dada pela minha empregada Vavá, que falou, doutor Mandrake, meu sonho virou realidade, comprei uma casinha no subúrbio, é longe, mas é minha e tem uma horta e um pé de manga, estou muito feliz. Vavá merecia ser feliz, pensei.
Raul me telefonou. Como vão as coisas? perguntou. Tudo uma merda, a única coisa boa foi que a minha empregada comprou uma casinha com uma horta e um pé de manga, o sonho da vida dela. Ainda bem que tem gente que sonha com pouca coisa, uma casinha com um pé de manga, disse Raul.
Mandrake
Rubem Fonseca.
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