Navalhadas Curtas: Um entre tantos

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Navalhadas Curtas: Um entre tantos
É final de tarde eu vinha caminhando, pensando em nada.
Gosto disso, é um estado meditativo de aflições ausentes, sem preocupações.
Tudo que se tem e precisa é o caminhar agora. Não me importo com o ambiente a minha volta. Um estado profundo de egoísmo existencial, onde e nada importa?
Já sentiu isso? Creio que sim.
Mas dificilmente você admitiria.
Então ele me olhou… Estava no chão, magro, sujo, com pelos faltando e assustado. Um cão de rua. Mas aquele olhar era quase humano. Não me entendam mal, não sou sócio dos defensores dos animais ou mesmo carrego comigo uma placa de salve as Baleias…
Cheguei perto ele quis fugir me abaixei e disse: ei amigo calma aí tá tudo bem, fique tranquilo. Passei a mão sobre sua cabeça e aqueles olhos pareceram sorrir.
Ele parecia entender algo. E disse pra ele: ei cara, você está precisando de uma comida hein. Esta pele e osso.
Na esquina tinha uma padaria. Fui até ali e comprei dois pães. Pensei comigo: porra Fabiano o que estas fazendo?
Existem seres humanos morrendo por ai…
Mas eu fui meu próprio advogado: Fabiano, neste momento não existe ninguém morrendo que estejas vendo ou que possas fazer algo agora.
Mas o vira-lata esta aí…
Comprei os pães e dei ao cão, ele comeu animado. Feliz mesmo. Eu levantei para deixa-lo ele entregue a alimentação. Então curiosamente o cão pulou sobre mim. Me lambeu o braço, a cara, numa animação extrema. Eu disse: ei amigo. Tudo certo, tudo certo vá devagar ok…
Consegui me levantar e ele ficou me olhando. Então voltou aos pães e eu segui meu caminho.
Mas creio que o fantásticos de tudo isso é o abraço vem de onde menos se espera.
Fio da Navalha.

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