Navalhadas Curtas – Testando a empatia (Parte 3 )
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Consigo chegar a lotérica sinto o dia transtornante com certos comportamentos humanos.
A conta ainda precisava ser paga.
Consigo chegar em uma loteria da Av Bento. Ruas cheias, algumas pessoas aglomeradas sem mascara falavam e falavam.
Ignorei.
Consigo estacionar o carro e no exato instante, um senhor me vê estacionando e já grita: tio ta bem cuidado!
Novamente isso.
Fui descendo do carro sem dizer absolutamente nada, e ele veio na minha direção, mascara no queixo bafo alcoólico se aproximou e:Seguinte tio tu “consegue” um trocado para o leite das criança?
Olhei bem para ele: amigo só vim pagar uma conta rapidamente ali na frente…entendeu.
Ele: mas as criança?
Digo: olha amigo eu não julgo ninguém, talvez seja mesmo para as crianças mas pode ser para o tua cachaça também né?
Que isso eu não bebo!
Segui para pagar a conta.
Consegui pagar e quando voltei para o carro o cidadão estava falando com outra pessoa para conseguir uns trocados porem ele colocou vários sacos de lixo atrás do meu carro para impedir a saída, sacos com latas e plásticos eu acredito.
Esperei ele terminar de conversar com a outra pessoa e fui ao encontro dele.
Ele se aproxima e digo que se era possível ele tirar os sacos detrás do veículo, ele para me olhando fixamente e segue: e o leite das crianças?
Procuro moedas e realmente não tenho. Digo que não tenho.
Ele me olha: é tem dinheiro pra pagar conta e não uma moeda?
Não tenho.
Ele recolhe os sacos com certa indignação meio trôpego e eu consigo sair.
Saio, mas tem um peso em mim, um peso de olhar esse mundo, esse país e estas pessoas que estão assim na real tentando apenas sobreviver do jeito que dá.
Mundo cão.
Fio da Navalha.
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