Navalhadas Curtas: Ciclofaixa Contramão

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Querendo ou não a nossa existência é norteada por certas regras. Naturalmente que existe a tentação de quebrá-las e isso é profundamente humano, aliás humano até demais.
Tento sempre resolver todas as coisas humanas demais dentro da educação. Entendo que a virtude fria para solver mais serenamente as ebulições desconcertantes das emoções.
Emoção descontrolada é sempre um problema.
Entro no carro, estou na Felix da Cunha, ando pela direita devagar, porque gosto de andar devagar.
Vocês sabem que existe uma ciclofaixa na Felix da Cunha, certo? Certo.
Então andando a minha direita um homem com uma bicicleta moderna em boa velocidade… naturalmente desviando do trânsito e vindo parar no meio da Felix com o tráfego de carros.
Não falei nada mas outros motoristas buzinando, gritando palavrões, agredindo verbalmente o cara da bicicleta que corria desafiando o trânsito em uma “contramão virtual”.
Fui acompanhando-o ele gritava: eu vou dobrar para direita seus porras! Me deixem em paz…seu bando de filho da put&*& !
Ele ia dobrar para a direita.
Entendo. Estávamos na sinaleira da Tiradentes com Felix e ele parou a minha direita, então falei de boa:
-Ei amigo… por que tu não vai pela ciclofaixa?
-Porque é problema meu otário, vai cuida da tua vida!
-Claro isso é certo, creio que a natureza já fez seu trabalho – respondi.
O sinal abre e ele vai para frente do carro andando bem pelo meio não me permitindo passar ou andar um pouco mais rápido para desviar dele.
Respirei profundamente e pensei: esse cara tem que estar com algum problema e com certeza não serei eu que vou resolver.
Na primeira esquina dobrei e tudo acabou, simples sempre é mais fácil contornar certos problemas e seguir em silencio.
Fio da Navalha.
( foto da internet – não havia créditos )

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