Fio da Poesia – Tereza

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*Tereza

Hoje Tereza amanheceu lúcida

Tem dias mais difíceis

Nunca é fácil aceitar perdas

Aprisionamos a dor em nós…

Ela não tem para escapar

Sua semente atingiu a idade adulta

E saiu para escola

E essa foi a última vez que o viu vivo

Na verdade nunca sabemos quando é esta última vez

Tereza lucida

Tereza comprimidos

Tereza a dor que não passa

A notícia chegou mais rápido

Que o tiro que o atingiu

Tereza era mãe linda

Fez tudo certo e era justa

E então porquê?

No jogo dos bons o mal também existe

Tereza sem horários

Tereza dormir, dormir e dormir

Tereza um buraco que cresce

Mas isso foi ontem

Quando ela despertou hoje

Quis ver o sol

Não há milagres na dor

E Tereza diz: ele não morreu, isso, ele não morreu não…

Tereza se veste, se maquia como a muito tempo não fazia

Veio falar comigo e disse: Fabiano, ele não morreu…

Eu olho para Tereza

Tereza sorri o sorriso dos loucos

E eu a abraço com ternura

E de alguma forma celebramos a vida.

*Extraído da obra futura – Todas As Mulheres Em Mim.

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