O Fio da Literatura | Bagana na Chuva | Mário Bortolotto

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“…sempre tem uma hora que o bar submerge, e me agarro a mesa e espero pintarem os tubarões ou o crocodilo tic-tac. Não sei o que há nessas noites que me fazem querer sair correndo e me acorrentam frente a um copo, me faz rabiscar guardanapos molhados de vodka, me deixam cego pra babies lindas do lugar.
A noite tira uma na minha cara, me dá tapinhas sacanas nas costas. A noite é uma nuvem forjada por Hefáistos me agarrando o pescoço. Vem que tem night. Pluto lá fora consolando Leila solicitamente com tímidos beijos no pescoço. Júlio César monologando na calçada contando pra calota de uma Brasília como é dura a vida de um programador alcoólatra. Essa imagem do vento trazendo notícias ruins vai sempre me acompanhar.
Que merda. To ficando piegas como um bêbado. As palhaçadas de sempre no meio da rua, garrafas quebradas e eu me deitando na faixa de segurança. Respeitosamente pelo aos céus, que se tem que ser, então que seja um Volkswagen”.
Extraído da obra: Bagana na Chuva de Mário Bortolotto

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