Fio da Literatura | Mandrake | Rubem Fonseca

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“ E qual é o problema Mandrake? Estou morrendo de saudade , você acha que a gente podia se encontrar? Ai na sua casa? Eu sou um fraco, não consegui dizer não.
Quando ela chegou, não começamos imediatamente a nos beijar, como fazíamos sempre. Você acha horrível eu ter sugerido um encontro? Meu marido está sepultado há poucos dias e aqui estou eu pronta para ir para a cama com outro homem. Depois de um beijo ardente ela continuou, mas eu te amo, Mandrake, seria hipocrisia esconder os meus sentimentos, que não tem nada de pecaminoso, o amor redime, eu me sinto pura. Eu disse. Mariza você sabe que não tive nada a ver com a morte do teu marido, certamente alguém roubou minha bengala durante a festa que ofereci a condessa.
Na cama depois deum intervalo, ela perguntou, não deve ter sido fácil a pessoa sair com a sua bengala sem que ninguém percebesse, você não acha? A luz da mesinha de cabeceira estava acesa. Mariza gostava de fazer amor com luz acesa, toda mulher que tem o corpo muito bonito age assim, as outras, as que tem seus pneuzinhos (nenhum problema quanto a isso), gostam da penumbra, quando mais sombra melhor.
Com a luz refletida no rosto de Mariza pude perceber que ela escondia alguma coisa. Suspeitava de mim?

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